Programa pioneiro no Brasil ensina jovens e adultos com autismo habilidades práticas para conquistar autonomia, com resultados já sentidos pelas famílias
A Interclínicas é pioneira no Vale do Paraíba e Litoral Norte ao lançar uma casa dedicada à aplicação da metodologia “Essencial para Viver”, uma versão em português do programa internacional “Essential for Living” (EFL). Voltado a jovens e adultos com autismo e deficiências neurodivergentes, o método ensina habilidades práticas e funcionais para a vida cotidiana, promovendo autonomia e qualidade de vida.
Criado por Patrick McGreevy e Troy Fry, o protocolo nasceu nos Estados Unidos a partir da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e da análise verbal de B. F. Skinner. Mais do que um currículo, o “Essencial para Viver” é uma ferramenta de transformação, ajuda a pessoa a aprender desde pedir algo que deseja, até esperar, aceitar o “não”, realizar tarefas, lidar com transições e concluir atividades de vida diária com independência.
Segundo a fundadora da Interclínicas, fonoaudióloga e analista do comportamento ABA, Dra. Elisabeth Crepaldi de Almeida, a metodologia responde a uma demanda real das famílias. “Muitos jovens sabem conteúdos escolares, mas não conseguem arrumar a cama, usar o banheiro sozinhos ou preparar uma refeição simples. O ‘Essencial para Viver’ devolve o protagonismo a essas pessoas, porque ensina o que é de fato essencial para viver”, explica.
O impacto é sentido dentro das famílias
Arthur Moretti tem 15 anos, está dentro do nível 3 de suporte, de acordo com a mãe, Isabella Moretti, é um alívio ver o filho conquistar pequenas grandes vitórias. “Para mim, é muito importante ele aprender a arrumar a cama, usar o banheiro de forma correta, se virar na cozinha. Isso dá autonomia e significa que ele não vai depender de mim para tudo, para sempre.”
Casa para jovens e adultos autistas
A proposta da Interclínicas é única na região. O espaço simula uma casa real, com cama, escrivaninha, cozinha, mesa para passar roupa e estante com objetos. Na metodologia, os pacientes praticam os chamados “Oito Essenciais”, para fazer pedidos, esperar, aceitar transições, realizar tarefas, aceitar o não, seguir instruções de saúde e segurança, concluir atividades de vida diária e tolerar cuidados médicos.
Dra. Elisabeth reforça que o objetivo não é apenas ensinar, mas abrir caminhos para inclusão e independência. “Cada habilidade aprendida representa mais dignidade e qualidade de vida. É a diferença entre depender do outro ou conquistar sua autonomia”.