Por Elizabeth CREPALDI

Muitos pais comentam: “Se eu não mandar meu filho escovar os dentes, ele não escova. Se eu não falar para pegar a mochila, ele não pega.”

Isso acontece porque a criança aprendeu a depender do comando verbal do adulto.

Na ciência do comportamento, chamamos isso de prompt verbal. Ele pode até ser útil no início, mas se for usado sempre, cria uma dependência: a criança só faz quando alguém fala. Nesse caso, os estímulos naturais (como ver a mochila na porta ou a escova de dentes no banheiro) deixam de funcionar como pistas para a ação.

O que a ciência recomenda?

👉 Usar ajudas mais concretas: mostrar o objeto, apontar, ou até ajudar fisicamente no começo.
👉 Depois, ir reduzindo essas ajudas gradualmente, até que a criança aprenda a responder aos sinais do ambiente.

Exemplo prático
• Em vez de dizer: “Pega a mochila!”, aponte para a mochila ou coloque-a em um local visível.
• Com o tempo, a criança vai associar ver a mochila → pegar a mochila.
• O próximo passo é que ela faça sozinha, sem precisar de lembrete verbal.

Esse processo dá mais autonomia, porque ensina a criança a agir pelos sinais naturais do ambiente, e não apenas pela voz do adulto.

📖 Referências
• Cooper, J. O., Heron, T. E., & Heward, W. L. (2020). Applied Behavior Analysis (3rd ed.). Hoboken, NJ: Pearson.
• Ayllon, T., & Azrin, N. H. (1968). The Token Economy: A Motivational System for Therapy and Rehabilitation. New York: Appleton-Century-Crofts.

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